Pouca gente sabe, mas há um grande esforço para atrair estrangeiros interessados em estudar na Rússia. Tanto que o governo oferece milhares de bolsas anualmente para pessoas de fora e já há cursos de graduação ministrados inteiramente em inglês.
A terra das matrioskas e do balé Bolshoi tem motivos de sobra para ser uma opção viável de estudos, mas é importante lembrar que essa aventura pode não ser para todo mundo. Por isso, confira abaixo quatro motivos para estudar na Rússia e dois motivos para passar longe.
Poucos países têm um passado tão grandioso quanto a Rússia. Esse gigante incrustado ao leste da Europa influenciou e ainda influencia um bocado da nossa vida: da época dos czares passando pela revolução comunista e pela Segunda Guerra Mundial, atravessando o período da Guerra Fria e chegando até os dias atuais, com Putin comandando a nação.
A parte boa é que muito dessa história ainda está preservada. É possível visitar monumentos e construções da época da União Soviética, assim como os antigos e belíssimos palácios dos antigos czares. As conquistas espaciais russas, acirrada pela rivalidade com os EUA, tem no Museu da Cosmonáutica uma atração imperdível.
Além disso, a Rússia é a terra dos escritores Dostoiévski e Tolstói, do balé Bolshoi, dos compositores Stravinski e Tchaikovsky, do cineasta Sergei Eisenstein e dos artistas Fabergé e Kandinsky. Conhecer o local onde essas grandes mentes viveram é uma grande experiência para entender como pensavam o mundo.
Se você estiver pensando em estudar na Rússia e quiser saber mais a fundo sobre as grandes atrações do país, acesse nosso roteiro de cidades russas que você precisa visitar.
Comparando com outras cidades europeias, o custo de vida na Rússia é bem mais em conta. Para se ter uma ideia, um combo no McDonald’s custa o equivalente a R$ 18,50. Dessa forma, é natural que as universidades de lá também tenham preços bem mais em conta.
Em geral, de acordo com o site Study in Russia, um estudante gasta de US$ 300 a US$ 400 em média (R$ 1.200 a R$ 1.590 na cotação atual) para viver bem no país — já considerando os custos de moradia, alimentação, transporte e a mensalidade da universidade.
No geral, a taxa anual das universidades é de 180 mil a 200 mil rublos (cerca de R$ 11.100 a R$ 12.300), mas se o aluno conseguir entrar em uma instituição pública ou ganhar uma bolsa de estudos, não é preciso pagar para estudar na Rússia. Todo ano o governo faz concursos para distribuir subsídios a estrangeiros que queiram estudar no país.
Além disso, o visto de estudante permite trabalhar e estudar na Rússia ao mesmo tempo. Essa permissão, porém, só é concedida para estudantes de carga integral em universidades credenciadas pelo Estado. A licença vale por um ano e custa 3.500 rublos (cerca de R$ 215).
Uma dificuldade comum para quem quer estudar na Rússia é a questão do idioma. Neste caso, não só a língua é muito diferente como o alfabeto usado lá não é dos mais amigáveis.
Porém, não é preciso ser fluente em russo para se matricular em uma universidade por lá. Há cursos que são lecionados em outras línguas, como inglês, francês e espanhol. Porém, é preciso comprovar que você possui fluência nesses idiomas. Os requisitos dependem de cada instituição, mas em geral exige-se certificado TOEFL ou IELTS.
Já para quem pretende fazer mestrado, a maioria das universidades exige currículo, portfólio, exemplo de publicação, referências de algum professor e uma entrevista, que pode ser feita por telefone ou pela internet. Para obter mais detalhes, o ideal é entrar em contato com o local onde você deseja estudar na Rússia.
Por ser um país gigante, há opções para todos os tipos e níveis. Um curso que tem atraído a atenção de muitos brasileiros é o de Medicina. Em 2018, segundo a embaixada do Brasil, 600 brasileiros estavam no país para estudar, 500 deles cursando a matéria.
Além do preço mais baixo em comparação com os cursos daqui e do fato de não haver vestibular, uma vantagem interessante de estudar na Rússia é que o diploma é válido em toda a Europa. A Universidade Médica Estatal de Kursk é referência nacional em sua área e possui graduação em inglês.
Outra área de excelência na Rússia é Engenharia Aeroespacial — e por motivos óbvios. Como não há cursos semelhantes desse tipo por aqui, o país é o lugar ideal para quem quer trabalhar em meio a sondas e foguetes. Nesse assunto, uma das melhores instituições é a Universidade Estatal Aeroespacial de Samara.
Não à toa os russos já derrotaram dois grandes exércitos na história: o de Napoleão e o da Alemanha nazista. Seu inverno rigoroso, que dura de novembro até o final de março, possui temperaturas literalmente congelantes, que dificilmente ficam acima de zero. Por isso, não economize nas roupas de frio.
O verão russo, por outro lado, pode ser bastante quente. Embora na média o clima seja ameno, raramente chegando a 30°C, dependendo da região as temperaturas podem ultrapassar 35°C durante alguns dias.
Embora a Rússia esteja cada vez mais ocidentalizada, a comida tradicional russa pode fazer muito brasileiro torcer o nariz. Seus pratos mais famosos são a sopa de beterraba (borsch), salada de maionese (salada Olivier, chamada de salada russa por aqui) e o stroganov (a versão original e bem diferentona do estrogonofe). Infelizmente, nenhum deles têm arroz ou feijão.
Além disso, muitos brasileiros podem estranhar a sisudez dos russos. Isso porque é costume deles apenas sorrir para amigos ou pessoas mais íntimas. Um desconhecido que sorri pode ser interpretado como uma pessoa falsa ou dissimulada.
Outro problema que muita gente vai encontrar é com relação ao idioma. Embora existam cursos universitários lecionados em inglês, o fato é que boa parte da população não fala nenhuma outra língua além do russo. Por isso, é importante fazer umas aulas antes de embarcar para não passar por maus momentos.
Fontes: Study in Russia, G1
Texto: Igor Nishikiori, com edição de Julio Simões
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